Ir para o conteúdo principal
Reflexões sobre Técnica, Tempo, Emoção, Servidão
  1. Artigos e Pensamentos/

Reflexões sobre Técnica, Tempo, Emoção, Servidão

·409 palavras·2 minutos· loading · loading ·
Marli dias Ribeiro
Autor
Marli dias Ribeiro
Marli Dias Ribeiro, doutora em educação, professora, palestrante e escritora. Vencedora do Prêmio Gestão Escolar DF. Atua na carreira magistério há mais de 20 anos. Tem experiência em gestão escolar, coordenação e formação de professores e gestores. Mestre em Educação, Pós graduada em Educação no Sistema Penitenciário e Gestão Escolar. Formação Internacional em Liderança Escolar. Tem artigos e textos publicados em livros e revistas. Com Interesses: Gestão Escolar, Gestão Democrática, Formação de professores e gestores, Matemática e Química. Palestras, oficinas e eventos educacionais.

Reflexões sobre Técnica, Tempo, Emoção, Servidão
#

Gosto de reflexões desafiadoras… instigantes e posso dizer, polêmicas…

Milton Santos (2002) sempre nos convida a desafios reflexivos. Ele já nos ensinava que debates inspirados em ideias filosóficas não possuem ideias circunstanciais, por isso, para ele, escrever sobre técnica e tempo, imprime aos escritos a ideia de que não devam ser atacados pelo envelhecimento. Se a técnica é apurada, a descrição e explicação são inseparáveis. Neste sentido, se você escolher um objetivo de fala ou reflexão, falar em objeto sem método é apenas o anúncio de um problema. Quando o autor estuda o espaço e o tempo como objetos, os define como categorias inseparáveis e impregnadas de técnica e emoção.

O lugar tem grande importância e não deve ser desconsiderado. Como ponto de partida, o espaço é definido como sendo um conjunto indissociável de sistema de objetos e sistemas de ações. Precisamos nos atentar ao fato de que os espaços são sistemas de valores e que os objetos agora são criados para parecerem mais perfeitos que a própria natureza. Mundo globalizado, gente alienada, e a racionalidade de fato é a força do capitalismo.

Neste aspecto, o autor ensina que o lugar é, assim, o ponto do recorte territorial. Não há território sem ação técnica, e não há técnica fora de um território. Daí que a técnica só exista como meio-técnico. O homem por meio da técnica interfere e realiza a diversificação da natureza. Modifica e reconstrói a partir de seus interesses, ou necessidades, ou poder!

Esse movimento se dá numa dialética de trocas de posição constantes sobre a qual a ação humana intervém e cujo resultado é o lugar. Essa lógica nos ensina que a história do espaço coincide e se revela na história da técnica, e a configuração geográfica evolui do espaço singular ao espaço recortado, na fragmentação da horizontalidade e verticalidade do mundo global de hoje.

Quem domina o espaço, domina o tempo, o território, as técnicas e as emoções! O poder vincula-se à TÉCNICA, ao TEMPO, a EMOÇÃO e a SERVIDÃO… É o que penso…

Ao final, ou o que nos resta, é abrir olhos e ouvidos, parece que estamos em espaços e tempos construídos meticulosamente para que sejamos subjugados à servidão voluntária. Nela, somos cegos, imóveis, comandados em tudo e em nada… em um sistema organicamente formatado para dominar!


Imagem: Pixaby

Referência: SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: EDUSP, 2002.

Relacionados

Sobre Pesadelos e Sonhos

·172 palavras·1 minuto· loading · loading
Uma reflexão sobre a incerteza do mundo pós-moderno e a necessidade urgente de os educadores questionarem suas práticas diante da fluidez da informação, transitando entre o velho e o novo tempo.

O Menino da Última Carteira

Da invisibilidade à superação da Pedagogia do Fracasso Escolar. Um estudo sobre como a gestão democrática pode reduzir a distorção idade-série.

comments powered by Disqus